quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Rogue Legacy: exploração, surpresas e sobrevivência


Estava pensando em fazer essa resenha há muito tempo - mas a falta de uma placa de vídeo impedia de rodar esse jogo a 30 fps, veja só :P

Rogue Legacy é um "metroidvania rogue-like" - ou seja, é um título de ação-RPG na qual, além de contar com os elementos de exploração progressiva de uma ambiente interligado como Metroid e Castlevania, ainda tem uma dificuldade que faz com que o objetivo seja sobreviver quanto tempo seja possível, reagindo ao ambiente de forma rápida. Isso se traduz, em RL, na exploração de um castelo antigo e amaldiçoado, por toda uma linhagem de guerreiros - cada vez que você morre, vêm seu filho ou filha e tenta novamente derrotar os chefões e progredir na narrativa.


Como elemento adicional, o castelo ainda é gerado proceduralmente, como as dungeons de Diablo: cada novo descendente irá encontrar um novo castelo, a não ser que você pague o engenheiro para "trancar" o castelo antes de entrar, mantendo o mesmo mapa, mas diminuindo as recompensas por derrotar os inimigos.

Você não vence... Apenas se sai um pouco melhor a cada vez XD

Dito isso, é necessário dizer que é um jogo difícil - eu pessoalmente estou acostumado com metroidvanias, mas não à dificuldades de rogue-likes, totalizando 52 horas para que eu conseguisse zerar da primeira vez. Claro que não foram horas desperdiçadas, já que a busca por grana para comprar novas skills, além das armaduras e encantamentos necessários para progredir nas gerações seguintes de heróis, tornam a adaptação aos diferentes tipos de monstros e seus ataques.


Falando neles, há uma certa repetição em vários sprites, que só utilizam ataques e cores diferentes para se diferenciarem. Isso não chega a ser um grande problema, pois sempre há pelo menos um ou outro inimigo novo em cada uma das 4 grandes áreas do castelo, além de o foco estar na dificuldade de derrotá-los. E a arte foi toda produzida pelo brasileiro Glauber Kotaki: ela dá um ar cartunesco e uma sensação divertida ao jogar, sem deixar o título parecer bobo nem sério demais, ou mesmo com cara de anime - o que seria legal, mas não neste jogo.


Os personagens são interessantes, não só pelas 10 diferentes classes, incluindo Dragon (!), mas pelas habilidades atribuídas a cada novo descendente, que pode ser escolhido em uma pequena lista: além da magia que eles podem invocar, há também desvantagens aleatórias, que vão desde palavrões (censurados) ao ser ferido e flatulência, passando por insanidade, medo de galinhas, até glaucoma e miopia. Além de dificultar o seu jogo, as desvantagens também ajudam a tornar cada nova tentativa uma nova descoberta, ao incentivá-lo a escolher diversos descendentes com problemas novos para testar até encontrar aqueles que são mais convenientes para você.

Infelizmente, essa característica se torna entediante conforme a progressão no jogo, porque lhe obriga a escolher, por vezes, um personagem que não tem as habilidades que gostaria, apenas para não pegar uma desvantagem que possa aumentar muito as suas chances de morrer.


Rogue é certamente um bom jogo, especialmente para aqueles acostumados com metroidvanias e outros jogos de exploração. Apesar disso, há uma certa curva de aprendizado para aqueles que não estão familiarizados com a dificuldade dele - é mais difícil que boa parte dos Castlevanias lançados na última década para GBA e DS, por exemplo. Com uma certa dose de paciência e tempo, é zerável sem maiores problemas. Ótimo custo-benefício para R$ 28 na Steam.

Odeio notas, mas abaixo vai a minha, que acredito que seja melhor para vocês entenderem melhor o veredito.

NOTA: 8 (bom para quem gosta)