quarta-feira, 21 de maio de 2014

Rivalidades, amizade e competição


Rivalidades ferrenhas são pra crianças. A dupla saltadora acima é, talvez, um dos grandes exemplos que, com o tempo, soube aprender a trabalhar em equipe.

Minha infância foi a de um fanboy da Nintendo: apesar de não ter tido um NES quando criança (caso hoje resolvido), o jogo que provavelmente mais me divertiu foi Super Mario World. As diferentes fases, a capinha amarela, os múltiplos segredos me permitiam jogar desde o começo muitas vezes; o tal do fator replay era alto, ou era o caso de só ter este cartucho à época.

Depois disso, cheguei a conhecer Sonic. Ao ir à casa de um parente, que tinha seu Megadrive, com um único cartucho (daqueles de múltiplos jogos). Foi a única vez em que joguei uma aventura do porco-espinho azul antes da minha maioridade.

Não gostei, e não sabia dizer o porquê, no topo daqueles meus 10 anos de vida. Hoje, entretanto, eu sei.


Naquele tempo, havia uma ferrenha competição entre Sega e Nintendo, e ela se refletia em suas mascotes. Nada como as brigas de mimimi entre fãs de Robert Pattinson e o tal lobisominho (só decorei o nome do primeiro por causa do recente de traição da sua também companheira de atuação, aliás). A questão é que haviam características dos consoles das empresas que os distinguiam fortemente, os tornavam únicos. Mas quem disse que os fãs inverterados de uma franquia gostariam de admitir que a outra também possuem qualidades?

Mario, para seguistas, era lento, e não tinha tanto espírito aventureiro, além de ser um velho gordo e barrigudo (se bem que o Sonic também emagreceu, mas enfim)

Sonic, para intendistas, era impossível de se enxergar com clareza, tinha inimigos com a personalidade de uma porta e tinha um vilão que imitava o bigode do seu encanador favorito (e que também era gordo)

Algumas dessas coisas acima eu disse; outras, eu escutava. E o tempo passou...


Há alguns anos, vemos os dois trabalhando juntos em games das Olimpíadas, de verão e de inverno, para as plataformas da Nintendo. A competição continua, portanto, de forma saudável. Todos juntos, celebrando os esportes, e competindo, sem discussões.

As pessoas crescem, e vão aprendendo a, pelo menos para algumas coisas, serem mais flexíveis. Estava, ontem mesmo, jogando Sonic 2, direto do cartucho. E me arrependi amargamente dado mais chances ao ouriço antes. Claro que posso jogar as duas coisas, poxa. O hobby, como tudo na vida, é melhor ao nos unir, e não nos separar. E o mercado amadureceu de vez, deixando de lado, na grande maioria das vezes, as rusgas mesquinhas entre quem gosta mais deste ou daquele jogo.

Isso, claro, não teria acontecido se a tragédia comercial tivesse abatido-se sobre o Dreamcast - até hoje, um dos consoles favoritos de muitos. O que não retira o mérito da parceria que hoje ocorre... Isso, é claro, é uma outra história.


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