quarta-feira, 28 de maio de 2014

Resenha - Street Fighter: Assassin's Fist (1ª temporada)

Na última semana, foi lançada no Youtube a websérie Street Fighter: Assassin's Fist. Ela era originalmente um projeto de Kickstarter, produzido pelo diretor, ator e coreógrafo Joey Ansah, o ator e escritor Christian Howard e o produtor Jacquelline Quella. 


O cartão de entrada foi o curta Street Fighter: Legacy, que mostra uma luta entre Ryu e Ken, além de uma aparição de Gouki (Akuma), com a utilização de efeitos especiais. Entretanto...
apesar de não terem conseguido o dinheiro necessário para a produção da série por meio de crowdfunding, a iniciativa chamou de investidores, que resolveu financiá-la, juntamente com outras empresas, como a montadora Honda, também japonesa.


A série tem nos papéis principais Mike Moh, como Ryu; o também roteirista Christian Howard, como Ken Masters; Akira Koieyama como o mestre de ambos, Gouken; o veterano Togo Igawa como Goutetsu, mestre de Gouken, em flashbacks; e o próprio Joey Ansah como Gouki (mais conhecido nas Américas como Akuma).



Através da evolução de Ryu e Ken no treinamento com Gouken, é contada a história do estilo Ansatsuken - criada, no universo de SF, como uma tática de guerra, sendo usada para matar. Além disso, as seções que abordam o treinamento de Gouken e Gouki sob a tutela de Goutetsu explicam o poder que é referido muitas vezes na série de luta, o Satsui no Hado (intenção homicida, em japonês).



Outras referências aos jogos de luta são mostradas durante a série, o que acerta em cheio os fãs do game e da própria Capcom: uma das cenas mais nostálgicas envolve o envio de uma famosa fita de NES à Ken - este resenhador ficou particularmente feliz com isso.


A série me enganou direitinho: achei que era no Japão, mas foi toda filmada no interior da Bulgária, país onde também são filmados os filmes da série Mercenários, de Sylvester Stallone e companhia. Os rios, cachoeiras, e casas montadas dão uma sensação daquele Japão ainda parado no tempo, cultivando as tradições, como o próprio jogo já se apresenta. Os campos parecem muito o cenário de Ryu nos jogos da série Alpha - não por acaso, palavra que dá título ao Episódio 0.


Caracterizações também foram incríveis para uma produção live-action: o distante e contemplativo Ryu; o impaciente Ken; o sábio Gouken; a raiva encarnada de Gouki. Todos muito próximos de suas versões em pixels (ou, mais recentemente, em polígonos). Entretanto, sabendo que o ator que interpreta Ken (quem? #prassa) é roteirista, eu consegui entender um pouco melhor o protagonismo um pouco mais acentuado do personagem sobre o próprio Ryu, protagonista dos games de Street Fighter. Isso, entretanto, não prejudica o andamento da trama, pois é como se Ryu começasse a trama uma passo à frente do amigo norte-americano, o que, no final, torna-se uma igualdade de poder e caráter entre ambos. Talvez seja essa a trama principal.

Para os fãs, fica também à menção e os esclarecimentos sobre a história do Ansatsuken - no mínimo, alguns fatos já imaginados pela comunidade de jogadores são confirmados.


Talvez o melhor personagem seja mesmo o próprio Gouki de Joey Ansah. Ironicamente, ele não tem tanto tempo de tela, mas a sua presença é assustadora como o lutador demoníaco, e a sua ascendência ganesa faz com que seja pouca a necessidade de uso de maquiagem pesada para o papel.



As coreografias não poderiam ser melhores: muitos ataques dos games são automaticamente reconhecíveis pelos jogadores, como o chute forte, em dois hits, de Ken, ou o chute lateral preciso de Ryu, além de agarrões e outros movimentos, que, misturados com golpes tradicionais de artes marciais e lutadores competentes nos papeis principais (Joey Ansah, que já participou de Ultimato Bourne, e Mike Moh são mestres de Tae Kwon Do, por exemplo), conferem às lutas uma naturalidade que não se via, por exemplo, no filme de 1994 com Jean Claude Van Damme.

Um adendo: não digo isso por Van Damme (que estava próximo do auge nesse filme), mas por seu oponente ser Raul Julia, no que acredito que Bison deveria ser, também, um lutador massivo. Mas deixamos passar: afinal, quem mais além de Julia, em sua última obra antes de falecer, daria-nos o inesquecível...

GAMEEEEEEE... OVEEEEEEEER!!

Finalmente, os efeitos especiais, que são sempre o calcanhar de Aquiles de séries menores, foram muito bem utilizados. Não foi nada gratuito, prevalecendo as batalhas físicas, mas sem aquela enrolação de cinco episódios pra soltar um hadouken, como o Ryu fazia no anime Street Fighter II Victory, que passava no SBT nos anos 90. Além disso, há uma imensa melhora sobre Legacy.



No geral, a série é ótima, e parece haver brechas para continuações: além da chamada no Youtube ter a descrição de "Season" - o que implica que podem haver mais temporadas - o próprio Joey Ansah declarou que quer filmar a história de Street Fighter II, com a inclusão de Chun-Li e Guile como protagonistas, além dos estudantes do Ansatsuken.

Segundo Ansah, ele gostaria de Scott Adkins para o papel do Cel. Guile, ao menos. Vejamos no que vai dar!

Sei não, mas acho que já tá bem desenvolvido o moço pro papel XD

Um comentário:

  1. curti muito a postagem e a serie! a cena que me marcou mais foi quando Goken pede para Ken escolher um boneco de palha que era usado para treinamento e Goken explode o mesmo com o primeiro Hadouken visto pelos discípulos.

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